Na questão do aborto a ser referendada em Janeiro talvez, não pretendo entrar em qualquer debate, não quero mudar a opinião de ninguém, nem sequer discuti-la. Exaspera-me. Irrita-me.
Não faz qualquer sentido sequer um referendo e, no meio disto tudo, entristece-me termos um governo cobarde que se deixa manipular por lobbys, preconceitos e medos conservadores e a Igreja. Parece grande feito realizar-se novo referendo quando se devia mudar a lei logo e pronto. Para quê tanta hipocrisia?
Há 8 anos, tinha eu 18 anos e não pude votar, já estava recenseada mas não inscrita nos cadernos eleitorais. Lembro-me de estar sozinha em casa com um caderninho para apontar previsões e estatísticas. E de ter dito que se o Não ganhasse mudava de país. Se agora o Não ganhar de novo, não é isso que me fará mudar de país mas far-me-á sentir cada vez mais estrangeira no meu próprio país.
Mas pelo menos vai ser a primeira vez que nem vou hesitar no lugar da cruz.
Também concordo que se mude a lei. Mas é necessário o referendo, como é óbvio! Não podemos decidir a morte de um feto (de uma vida, porque a é!) através de uma Lei feita pelo Governo, como se falar de fetos fosse o mesmo que falar de auto-estradas, finanças públicas ou cortes orçamentais!
ReplyDeletePor isso, percebo o porquê do referendo! Não o realizar é que seria ceder a lobbies: os lobbies da esquerda (que também os há!).
Parabéns pelo blog!
"Despenalizar a Interrupção Voluntária da Gravidez é a única forma de pôr fim às sucessivas investigações, devassas, humilhações, julgamentos e condenações de mulheres que nos últimos anos se repetiram em vários processos judiciais em Portugal.
ReplyDeleteDespenalizar a Interrupção Voluntária da Gravidez é a única forma de combater o flagelo do aborto clandestino, atingindo mulheres portuguesas, sendo um grave problema de saúde pública.
Despenalizar a interrupção Voluntária da Gravidez significa alterar uma legislação penal que não tem eficácia no combate ao aborto. Apenas o torna clandestino, desprotegido e perigoso para a saúde física e psíquica e por vezes para a própria vida das mulheres.
Em trinta anos de democracia, várias oportunidades foram perdidas no encarar desta dura realidade. Portugal não pode continuar a situar-se entre os países que negam à mulher a liberdade de decidir em matéria de direitos sexuais e reprodutivos, componente fundamental do direito à igualdade."
Que fique bem claro que nao ha' mulher nenhuma que decida fazer um aborto so porque nao lhe apetece ter um filho! Que isto fique bem claro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Contra ou a favor, ninguém pode impor os seus ideais, religiões ou que quer que seja, a outra pessoa.
ReplyDeleteSara, concordo plenamente contigo, o referendo é patético e a lei é ridícula.
É caso para dizer: ... ele há cada uma!!!!
ReplyDeleteOlhem bem o role de asneiras que para aqui vai.
Tenham juizo... e vejam bem os resultados que vamos ter no referendo. Quem ri por ultimo ri melhor.
dizer "quem ri por último ri melhor" em relação a um assunto como o aborto é no mínimo triste.
ReplyDeleteNão se trata de um jogo de futebol.
Se a maioria dos portugueses votar sim não se ganha nada, mas talvez se evitem sofrimento e mortes inúteis. Se a maioria dos portugueses votar não continuaremos a perpetuar um cinismo social acima de tudo.
E tudo graças a um governo que teima em cumprir promessas...
ReplyDeleteSe eles disseram que o aborto ia a referendo durante a campanha porquê aprovar a lei na assembleia? Afinal a coerência é importante e isso viu-se nas SCUT, ou não.
Mais um voto do que em 98, o meu...
Fico triste.
ReplyDeleteFico triste por as mulheres ainda terem de mendigar por um direito que é delas.
Fico triste por ver os homens a defender o último bastião de poder sobre as mulheres, quando nem sabem do que estão a falar.
Sabem o que é ter uma vida a crescer dentro de vocês?
Sabem o que é sentir o corpo a mudar para fazê-la crescer?
Sabem o que é ter de tomar a decisão de interromper essa vida porque lhe querem dar o melhor futuro possível, e não aquele que um burocrata deciciu por nós?
Sabem o que é ser tratada como uma criminosa, depois de ter tomado a decisão mais dolorosa de todos os tempos?
Onde é que vocês estão quando as mulheres decidem abortar? Sei onde estão quando é preciso julgá-las.
O corpo é meu. A responsabilidade é minha. Estou a fazer o que é melhor para o meu filho.
E sim, falo por experiência própria!
Ah, e fico ainda mais triste por todas as mulheres que baixam a cabeça e tornam esta subserviência possível.
MATA-LO???!!??
ReplyDeleteE sim Sara, no fim, se o Não ganhar, a única coisa a fazer é rir, sorrir, saltar, pular. Vidas terão sido salvas, gente terá ganho anos de vida.