São um povo intrigante. São o maior número de estrangeiros que conheço e com os quais mantenho as mais duradouras relações de amizade mas também é com os quais vivo numa permanente relação amor-ódio.
Os alemães são imensos e estão por todo o lado (pelo menos, todo o lado que eu vou). Gosto deles. Apelam muito à minha necessidade de organização, que passo a vida a queixar-me de não ter.
Admiro-lhes a perseverança, quase obstinação. Quando querem uma coisa, lutam por ela de um modo paciente e metódico, completamente impermeáveis a opiniões alheias.
Parecem-me, em geral, interesseiros e não perdem tempo com ninharias. Não gostam muito de gastar o tempo pelos cafés.
A não ser no país deles, falam bem inglês e sem sotaque. Avisam se vão chegar 2 minutos atrasados.
Durante alguns minutos tem piada a mania que sabem tudo, enquanto vão mostrando que realmente sabem muito. A piada acaba quando não sabem aceitar uma crítica ou simplesmente, que estão errados num qualquer assunto.
A sua mania-que-sabe-tudo-quase arrogante pode criar situações hilariantes como a do meu colega alemão que adorava dar explicações sobre temas japoneses... a japoneses!! Mas não há decoro? Mesmo que ele tivesse razão e estivesse a explicar algo que eles verdadeiramente não soubessem....
Mas não consigo ficar muito tempo perto de um alemão. A tensão, a ideia que cada palavra é analisada e, o mais dificil, a minha incapacidade de fazer entender o meu sentido de humor... A minha crónica má relação com o relógio leva-os a subir pelas paredes, mas nunca há berraria, o mais provável é, simplesmente, irem embora e não esperarem.
A sua rigidez e falta de espontaneidade deixam-se tensa e pouco à vontade.
No entanto facilmente crio empatia com um alemão e como já disse tenho bastantes amigos alemães. Eles gostam de mim. Eu gosto deles. Mas em pequenas doses. Um alemão é uma prova de treino para toda a minha diplomacia. Falta-lhes... alegria?
O meu sonho é ser organizada e obstinada como um alemão e manter o easy-going e joy-de-vivre latina... Hei-de lá chegar.
Subscrevo tudo o que dizes.
ReplyDeleteE, como já disse, gosto de alemães e tenho amigos alemães há anos.
Desses que emigram mas não para Portugal.
Também tenho amigos alemães, mas salvo muito raras excepções, são do ramo que a Sushi conhece.
ReplyDeleteNa semana passada estive com uma alemã, que não conhecia de lado nenhum, a escalar em Sintra. A coisa começa logo por se complicar quando nos encontramos. O normal é as alemãs estenderem-nos a mão. Eu estou sempre mais virado para o beijinho e há sempre confusão.
Depois passámos algumas horas a escalar as vias mais bonitas do penedo. Via-se que a moça estava a gostar, mas ela nunca se exprimiu sobre o assunto.
No final do dia, senti-me um guia turistico um pouco frustrado. Nem o travesseiro da Piriquita lhe fez brilhar os olhos.
Só uma semana depois é que me disse por sms que "I really enjoyed last weekend".
Dou-me bem com os alemães, mas esse brilho, essa paixão, nunca consegui encontrar.
Beijinhos