23 June 2005

GERTiL: menos estética, mais ética

O GERTiL (Grupo de Estudos de Reconstrução – Timor Leste) foi criado em 2000, na altura do processo de independência de Timor Leste, com o apoio do Comissariado de Apoio à Transição de Timor Leste e da Faculdade de Arquitectura de Lisboa.
Não estou muito por dentro da estrutura, não sei exactamente como funciona.
Mas sei que, desde então, tem desenvolvido inúmeros projectos em diferentes áreas, adquirindo uma importância crucial no processo de reconstrução e desenvolvimento de Timor. O projectos desenvolvidos são frutos das necessidades de Timor desde a reconstrução de escolas (Escola de Vila Verde) à criação de edifícios públicos desta nova nação tão diversos como o Edifício da Presidência da República, o Centro Cultural Uma Fukun, a Administração e Infantário da Santa Casa da Misericórdia, Maternidade-escola ou a Cúria Diocesana de Díli. Nos projectos de arquitectura é notória uma sensibilidade para as tradições locais, para os recursos locais e condições ambientais locais.
Foram também desenvolvidos projectos de design de equipamento escolar, de design gráfico, com a criação de logotipos para a Timor Telecom, para o Turismo de Timor Leste (inserido num estudo mais aprofundado do potencial turístico de Timor Leste que incluiu também a criação de um cd-rom multimédia e interactivo para a promoção e divulgação de Timor Leste).
O GERTiL teve ainda uma acção fundamental no levantamento geográfico da ilha, no recolhimento e organização de bases de dados que levou à elaboração do Atlas de Timor Leste.
É extremamente estimulante ver um projecto tão ambicioso a funcionar com certamente reduzidos meios e recursos financeiros.

Sabe, quem estudou (ou estuda) na FA-UTL que, a maior parte do esforço é dispendido em intrigas, traições e despedimentos de pessoas capazes, que vão mantendo a faculdade numa telenovela latino-americana. Aliás, reviravoltas rocambolescas, com despedimentos em massa, atingiram o GERTiL, mas não destruiram a sua missão, muito menos a sua importância
Grupos de estudo como o GERTiL são exemplos felizes de como as Faculdades podem ter um papel dinâmico e interveniente, e de como os arquitectos podem assumir o seu papel social.
Fazer arquitectura em Timor deve ser um estímulo. Participar num processo de (re)construção de um país e sentir que o que fazemos tem realmente importância e melhora a vida das pessoas. Precisam de ajuda, dj farfalha?

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