A minha cabeça às vezes parece que vai explodir, os olhos marejam, as têmporas latejam. Deve ser uma enxaqueca, dizem-me. Devo ser eu a querer explodir do meu corpo, penso eu. Atacou-me com tanta força estes dias que consultei um neurologista.
Queria ajuda, mas no fundo queria que ele me confirmasse: é dos nervos menina, não pode deixar que a vida a afecte desse modo! Mas não se preocupe, é porque é nova e sensível, a vida vai-lhe ensinar a lidar com ela e vou-lhe receitar doses massivas de yoga e respiração de relaxamento. A sério, eu pensava isto, porque no fundo era o que me repetia a mim própria, só tens que te acalmar sara, respira, acalma-te. Foi então com surpresa que ele vi ele receitar-me 2 medicamentos, um profiláctico para reduzir o número de "crises", e outro para dar cabo das crises. Tem a certeza que preciso de tomar algo? Isto não passa assim, naturalmente? O médico, pragmático perguntou: Tem passado naturalmente? Hmm, não. Quer ter dores? Bom... não. Então...
E então? Então não me agrada estes químicos todos no meu corpo, senhor doutor. Mas são piores estas dores que quase me imobilizam. Drogas, here we go.
"devo ser eu a querer explodir do meu corpo",
ReplyDeleteisso lembra Deleuze e o corpo-sem-órgãos,
cf. Mille Plateaux, "Comment se faire un corps sans organes?"
Claro que podes continuar a aprender a não stressar e a não fazer longas-metragens nessa cabecinha. Não quer dizer que fiques curada, mas tenho a certeza de que as crises iriam diminuir.
ReplyDeleteFizeste-me lembrar Pink Floyd, "Brain Damage".
ReplyDeleteSe os comprimidos são a solução acho que tens mesmo que os tomar...
tambem nao gosto muito de quimicos, mas por isso mesmo mais vale um agora do que muitos depois ;)
ReplyDeletebeijinhos ... tenta o yoga tambem, nao cuata tentar!
pois, os químicos aliviam, e já não é mau. o resto, tens de tentar tu. iniciativa própria, que as escolas de yoga ainda não pagam viagens aos médicos ;))
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