12 January 2007



É realmente um debate que não deixa ninguém indiferente. Ontem, no Chiado, perguntava-me um rapaz imberbe se eu queria "assinar pela Vida" e pareceu-me ver um sorriso trocista nos lábios de quem sabe a demagogia envolvida neste tema. Um pouco à frente outro imberbe ouvia um trabalhador do INEM "como profissional de saúde sou pelo sim... se soubesses da quantidade de crianças abandonadas na Venda Nova, no Concelho da Amadora, essas não tiveram escolha...", falava emocionado mas cheio de convicção e tive esperança que aquele que recolhia assinaturas pelo Não o ouvisse, mas neste assunto ninguém parece mudar de opinião.

Ficam aqui os links para os movimentos pelo sim:

http://www.cidadaniapelosim.blogspot.com/
http://www.medicospelaescolha.pt/
http://votasim.blogspot.com
http://www.euvotosim.org/
http://www.jovenspelosim.org/
http://abortodireitoadecidir.blogspot.com/
http://peladespenalizacaodaivg.blogspot.com/
http://www.votosim.blogspot.com/

Acima de tudo importa ir votar no dia 11 de Fevereiro.

7 comments:

  1. Anonymous7:18 PM

    Se soubesse a alegria e os casos de felicidade inesperados das crianças em casas de acolhimento...

    Se soubesse a amargura no coração das mulheres que abortaram porque desesperadas...

    Se soubesse as pressões feitas sobre as mulheres grávidas no meio familiar e laboral que as escravizam...

    Se soubesse a maravilha da vida do início ao fim...

    Se soubesse.. pensaria duas vezes antes de votar sim no referendo
    (e não precisa de ter barba para pensar)

    :)

    milene

    www.pregnancy-calendars.net/week10.html
    http://en.wikipedia.org/wiki/Post-abortion_syndrome
    http://hrw.org/women/labor.html (a mesma organização que defende o acesso livre ao aborto, também fala sobre as questões laborais.. e não é preciso ir à república dominicana para as sentir)
    http://eu-adoptei.weblog.com.pt/arquivo/059665.html

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  2. Anonymous11:51 PM

    Há quem se esqueca de direitos adquiridos há 30 anos. Liberdade de escolha por exemplo...

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  3. Anonymous3:52 PM

    também acho!
    Agradeço aos meus pais e a quem um dia lutou pela liberdade de escolha - a sua, a dos outros e a dos que ainda não existiam!

    e é lembrando esse exemplo e em nome dessa liberdade de escolha que me deram que continuo a pensar duas vezes antes de ir votar sim neste referendo: como garantir que um indivíduo com 10 semanas veja um dia defendidos a sua liberdade e o seu direito à vida?

    é que lembro-me sempre de um cliché: a minha liberdade acaba onde começa a do outro

    :)

    milene

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  4. Anonymous8:40 AM

    importa ir votar, SIM!!!!!

    Já se perdeu tempo de mais: Agora Sim!

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  5. Anonymous8:42 AM

    Oh pá... E mais do que o «acesso livre», é uma questão de saúde. Quem o decide fazer - sempre com dor - fá-lo-á e não haverá lei para impedir. Então porque não fazer em condições de saúde e higiene e sem medo de polícia e tribunais...

    Por tudo e «mais um par de botas» SIM SIM SIM

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  6. Anonymous11:10 AM

    Acho espantoso que não se permita que as mulheres possam decidir por uma vida melhor e mais digna para elas quando não têm outra hipótese. Não me parece que quem aborte faça a escolha de forma leviana e sem pensar muito bem nas consequências da sua decisão.
    "A minha liberdade acaba onde começa a do outro". Mas que outro? Todos sabem que até às 10 semanas não há sistema nervoso (e muito menos cérebro) nos fetos pelo que acho um pouco exagerado chamar "vida" a uma conjunto de células em desenvolvimento. É que sendo assim também nunca poderíamos cortar o cabelo ou as unhas porque o que destruímos também é vida!! Limitar as opções de escolhas parece-me uma opção de um regime fascista (cá está a história da liberdade não é milene?). O que as pessoas precisam é de ser informadas e esclarecidas. E neste aspecto os partidários do não optam pela desinformação generalizada. Isto não é uma questão de fé mas uma decisão com vista a melhorar a vida das pessoas (PESSOAS, não conjuntos ordenados de células).

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  7. Anonymous6:26 PM

    caros zé e big brother:

    Realmente, na maioria dos casos, a escolha não é leviana.. quando falo com mulheres que abortaram, sei o peso que elas carregam: a angústia de terem sido obrigadas a fazê-lo! namorado, pais, patrões.. situações desesperadas que a despenalização não resolve!

    Mas também, quando falo com outras que, apesar de todas as pressões, levaram a gravidez avante, e o rosto de felicidade da opção corajosa que fizeram, confirmo que o aborto não é a melhor solução para a mulher.. para ninguém!

    1. quanto à questão de saúde pública.. mesmo em "estabelecimento de saúde legalmente autorizado", a mulher nunca está livre do risco de hemorragia! e, apesar de não estar descrito como doença per si, o aborto aumenta o risco de depressão (de uma forma lata) cujo principal problema é suicídio.. pensem nas mulheres que conhecem e que abortaram... alegres? indiferentes? como quem tira um dente? ... certamente que não

    2. De facto, não é uma questão de fé, é uma questão de ciência! big brother, não sei qual a sua formação mas vou tentar explicar um pouco a diferença entre unhas, cabelo e um feto de 10 semanas:
    a partir do momento em que um espermatozóide e um óvulo se encontram e o material genético que contêm se reorganiza de forma única, surge ali uma célula única no mundo, diferente das células do pai e mãe

    (já agora, unhas e cabelo são constituídos por células mortas).

    depois, o espantoso, é que essa célula começa a dividir-se ordenadamente.. e as células que se formam, depois de se implantarem no útero da mãe - nidação - organizam-se entre elas e começam a formar uma estrutura ordenada.
    percebi que o big brother acha que um conjunto ordenado de células não tem nada de especial... para mim, farmacêutica, é espantoso reconhecer-me como esse mesmo conjunto ordenado de células! :)

    Quanto ao sistema nervoso.. lamento desiludi-lo novamente, um feto de 10 semanas já tem sistema nervoso, não completo como um adulto mas tem! um exemplo é o tal "coração que bate" desde a 3ª, 4ª semana com um ritmo autónomo do da mãe. como explicar? um adulto normal tem um sistema nervoso que assume funções voluntárias e cognitivas mas também funções involuntárias, por exemplo, se apanha um susto, o seu coração bate desalmadamente, não é? é uma resposta autónoma, involuntária, controlada pelo sistema nervoso. Se o feto de 10 semanas tem ritmo autónomo do da mãe, o sistema nervoso autónomo já existe (numa fase incompleta mas existe).

    http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/002398.htm
    http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&list_uids=6466115&dopt=Abstract
    http://www.secondlookproject.org/tslp_fetal.html


    Por tudo isto, tenho de discordar novamente:
    - esta proposta de lei não aumenta a opção de escolha da mulher, coloca-a ainda mais à mercê das escolhas que outros querem fazer por ela!
    - esta proposta de lei pretende liberalizar um acto contra a vida! e não há PESSOA sem VIDA.

    um dia, zé e big brother, todos nós tivemos 10 semanas.. apesar de não nos lembrarmos!

    :)

    milene

    ps. big brother, a não ser que seja anárquico, certamente compreende o valor da lei.. e certamente que não é preconceituoso para achar que todas as leis que me limitam as opções (exemplo básico, o código de estrada!) são fascistas! :)
    a forma como se indigna com as mulheres que sofrem assegura-me que acha importante garantir a dignidade da mulher e os direitos universais do homem!
    Eu, mulher, também luto pelo mesmo. Mas, a certeza feminina de que quando estiver grávida não vou pensar que tenho "cabelo a crescer no meu útero" - que imagem tonta, eu sei!! :) - e toda a informação científica que tenho recolhido e ainda, todas as histórias de vida que me contam, animam-me a lutar pela dignidade da mulher de outra forma: o aborto NÃO é resposta!

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