Há certamente alguma ironia no facto de, ao começar a trabalhar, a minha qualidade de vida tenha diminuído. Sendo que aos 25 é já para mim humilhação suficiente viver com os meus pais no meu quarto de adolescente, pedir mesada raia o nonsense. Ou seja agora, que comecei a trabalhar, sei como se sente 70% da população portuguesa: pennyless!
Mas como se diz, a necessidade aguça o engenho, e a poupança faz-me andar a pé (adiando ad-eterno o meu trauma automobilístico) e almoçar frequentemente numa cantina (é claro que sou estudante de economia minha senhora, olhe aqui 2 euros microeconómicos!).
Há, no entanto, certos hábitos que custam a despegar... custa abrir mão dos cinemas, dos espectáculos, da gulbenkian, da culturgest e do ccb, de comprar os cds, os livros... É que quando nos habituamos ao luxo custa deixá-lo. Mas bolas, 15€ por um romance parece-me um assalto! Considero agora bem mais seriamente a cinemateca e os descontos à segunda e no outro dia descobri um admirável mundo novo: as bibliotecas de lisboa! Meus amigos aquilo é um espectáculo! Têm os catálogos completos disponíveis online, pesquisar é fácil e até agora, não me desiludiram (sendo que só procurei dois livros...), há a modalidade entrega-ao-domicílio, etc.
Aaahhh... tal como a neve, é incrível como a felicidade pode vir de coisas tão simples! Agora, por 15 dias tenho O Fio da Navalha do Somerset Maugham em casa. No fim do livro, já não devo estar tão feliz. Ouvi dizer que é "terrível".
Como eu te compreendo, Sushi Lover!... "Pennyless", é o termo mais acertado que já ouvi nestes últimos tempos.
ReplyDeleteObrigada pela dica das bibliotecas!
Bom fim-de-semana!
Eu gostei muito do Fio da Navalha
ReplyDeletefaz como eu e rende-te ao king card e aos belos dos espectaculos a cinco euros da culturgest (:
ReplyDeletee, enfim, andando de transportes e a pé redescobre-se um admirável- ou nem tanto! - mundo novo de personagens que quando andava de carro, mais acharia apenas existirem em ficção! ou na minha turma de japonês, for that matter...