30 December 2005

do ano novo

O ano passado estava por terras do oriente nesta época de festas. O Natal passei-o a comer sushi num restaurante em Tokyo e a receber telefonemas de amores de amigos que comiam bacalhau em Portugal. Sim, foi estranho e senti a falta da minha familia (para não pensarem que sou totalmente insensível) mas como o Japão não é um país católico, o Natal é um pouco mais discreto que aqui.

No Ano Novo, como habitualmente, não tratei de nada. Recusei um convite para passar a efeméride com a família da minha tutora (obrigada a convidar-me pelo nosso professor). O Ano Novo é tradicionalmente muito importante para os japoneses. É a altura da reunião da família, dos rituais religiosos, da limpeza anual da casa (gostei desta), e a primeira refeição do ano é um festim regado a sake. Foi uma pena não ter podido assistir mas não gosto de obrigações, não ia obrigar a miúda a fazer de intérprete e guia e sei lá que mais numa das noites mais importantes do ano. Executei então o plano B, mais ou menos decidido às 19.43 do dia 31 de Dezembro de 2004. "Quem é que sobra? Tropas reunidas e ala para Tokyo, melhor, ala para Shibuya!" Mil discussões para arranjar um restaurante (misturar portuguese, belgas, alemães, e franco-gregos não podia dar resultado fácil).
Às 23.45 Shibuya estava a abarrotar... com estrangeiros!
Shibuya o centro por excelência da iluminação estava às escuras.
É para o fogo de artifício ter mais efeito pensei eu...
WRONG.
Um polícia japonês começa a gritar: "There will not be a countdown in Shibuya. I repeat there will not be a countdown in Shibuya" . "Ó sô guarda, já que aí está a dizer disparates ao megafone bem que podia gritar 10, 9, 8, 7,..." Não? Esquece. Por volta da meia noite começa tudo a gritar, eh eh uuuuh uuhh que felicidade que felicidade viva 2005, há champagne francês, há cerveja, há um montão de gente estranha mas olha estamos em Tokyo... yupiiii!
00:05 - pffffiuuuuuuu the end.

Ainda pensámos apanhar o último comboio para um templo porque é para onde os japonese vão depois da meia-noite. O pior é que vão TODOS mesmo e ser esmagada e espezinhada não me atraía muito. Logo, quando encontrámos outro amigos que também por ali andavam, optei por segui-los para um périplo de discotecas drum n' bass (e onde um alemão me perguntou, também ouvem isto em Portugal? Não amigo, tocamos harpa e declamamos poemas.). O sistema era impecável: entrava-se numa, pagava-se, punha-se uma pulseirinha e podíamos correr mais 4 clubes na zona.
Dancei como se não houvesse amanhã e quando o amanhã chegou fui beber um caramelo machiatto ao Starbuck's. A olhar para o cruzamento mais movimentado de Tokyo, àquela hora vazio, sentia-me completamente feliz e leve como uma pena. Voltei para o meu subúrbio às 9 da manhã, mesmo a tempo de ligar para Portugal onde era meia-noite...

1 comment:

  1. Foi a loucura!
    Quem me dera esse ano novo, mesmo :)
    Olha, bom 2006!

    ReplyDelete

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