Não foi o calor (que nem era muito), não foram as wc imundas (que nem o eram assim tanto), não foi o duche misto ao ar livre e frio (que até é divertido), não foi dormir com frio no chão com altos e baixos, nem foi acordar cheia de calor com este sol impiedoso-criador-de-estufas. Muito menos foram os fantásticos mergulhos no gelado rio coura, ou o esticar na relva ao sol. Não foi o pó nem a indisponibilidade de roupa lavada.
O que verdadeiramente me chateou no Festival Paredes de Coura foi... o barulho.
O barulho, não a música que essa encheu a minha alma. Foi o non-stop de puro, irritante, está-a-dar-me-cabo-dos-nervos barulho. Porque é que a seguir a 5 horas de concertos abrem uma discoteca ao ar-livre? Pior, porque é que essa animação (onde confesso dei um pézinho de dança) se arrasta por outras 5 horas? Impossível descansar. E depois são os grupos de alegres convivas que, já sem tímpano, gritam e saltam ahh viva a juventude... Quando tudo parece acalmar das duas uma (das duas as duas, só não sei quem chegou primeiro): chega o sol impiedoso que te faz arrastar para fora da tenda para o meio das silvas, ou... chegam os trabalhadores do festival, da segurança, das barraquinhas, do raio-que-a-parta, que encostam todos em alegre e barulhento convívio!
O dia segue num suplício em busca de silêncio... Derreada por falta de sono, arrasto-me até ao rio ahhh-aqui-vou-descansar-e-ouvir-os-passarinhos... Qual quê... Em 10 minutos estou rodeada, "passa-me uma carta!", "eh pá! Tinha um jogo tão bom e não ganhei", "pós sim que pór supuesto e nha nha nha nha nha" em decibeis claramente ilegais deste lado da fronteira e tanto bla bla bla bla bla... Donde é que esta gente saca a energia? Depois é a aula de yoga (oh! sim!), os meninos dos tambores (die suckers!), o sound check, o jazz na relva...
aaarrrrgghhhhhh!
Quando finalmente deslizo para o recinto já os meus ouvidos estão entupidos!
Mas tudo está bem quando acaba bem e eu simplesmente adorei o Festival, bem os dois últimos dias, pelo menos!
A revelação para mim foi o Nick Cave, de quem ERA semi-fan e nunca tinha assistido um concerto e agora quero venerar este deus até ao fim dos meus dias!
Arcade Fire (a quase única razão da minha peregrinação ao extremo norte do país) foi fantástico, o som tava uma merda, mas foi lindo ver que tanta gente já os conhecia.
Com tal reacção dizia eu "Vais ver, daqui a uns minutos vão dizer que nunca viram coisa assim, que antes nem sabiam onde era Portugal e agora vão voltar todos os anos!". E no fim, já dizia o vocalista "Uau, fantástico, nós temos que ir embora mas não queremos!!!" Já cá cantam!
Pixies é Pixies, e é sempre bom, nem que seja para gastar as minhas cordas vocais e "meus males espantar".
Queens of the Stone Age, tive medo, muito medo... bolas que potência! Mas um bocadinho alto, não?
Vincent Gallo tocou músicas bonitas fora das rotações do Festival, mas o homem é um entertainer puro e gosta muito de falar. Ficámos a saber da sua histórica relação com Portugal, cheia de detalhes... Gostava eu de saber se aquela história do hotel era verdadeira e... se alguém foi!
Juliette Lewis, pois... é ela! Muito show-off, muito cabelinho a rodopiar e perninha torta a abanar. Sem música propriamente original e letras oh-my-god ainda assim eu diverti-me!
Com um cartaz assim volto para o ano! Mas please alguém tem uma casinha perto de Paredes de Coura?
Babe, welcome back!! a minha revista diária à blogsfera não é a mesma sem ti... missia! Tomamos café hoje?
ReplyDeleteBaci
Jones
Eu avisei-te, eu disse-te que o Nick era o maior. Mas que tal deixar o homem para quem o quer realmente, ou seja, deixemo-lo para mim!!! :)
ReplyDeletenao percebeste ainda onde foram buscar os extras de energia?
ReplyDeletefoi aos exta's
:)